As crianças e a televisão

O debate entre os benefícios e malefícios da televisão no desenvolvimento das crianças acentua-se de dia para dia, da mesma forma que aumenta o número de horas de exposição das nossas crianças frente ao seu ecrã (e a outros mais). Mais do que tomar uma posição fundamentalista contra a televisão, é necessária a consciência que, tanto famílias como instituições educativas (e, porque não, toda a sociedade), têm um papel fundamental na educação das crianças e, neste caso concreto, na sua relação com a televisão.

Temos de ser nós, adultos, a ajudar as nossas crianças a ver televisão. Desta forma, ficam aqui algumas "dicas", que poderão ser úteis nesse processo de aprendizagem:

- Ver televisão com as crianças, e ajudá-las a escolher programas adequados para a sua faixa etária;

- Evitar que a televisão iniba a comunicação familiar;

- Falar com as crianças sobre os programas, ouvindo a opinião delas, e partilhar a sua;

- Evitar que as crianças vejam televisão antes de deitar, em especial programas violentos;

- Procurar não ver televisão durante as refeições;

- Não colocar televisão nos quartos;

- Dar o exemplo às crianças, procurando que a televisão não seja a principal fonte de informação e meio de ocupação de tempos livres. Com dedicação, paciência e carinho, mostre alternativas às crianças, tais como a leitura, jogos, conversas, desporto, passeios...

O nascimento do novo irmão

Apesar do momento de felicidade que é para uma família o nascimento de uma criança, para um irmão mais velho este pode ser o início de um "pesadelo" e, assim, para os pais, que se dividem entre o contentamento de terem um novo filho e a necessidade de atenção de outro que, apesar de mais velho, continua uma criança. Quando a diferença de idades é superior a dois anos, maior será essa dificuldade.

Essas dificuldades são perfeitamente naturais e fazem inclusivamente parte da natureza humana: se normalmente temos dificuldade em dividir qualquer coisa, para uma criança é mais difícil dividir o carinho e a atenção dos seus pais. Por isso os ciúmes são perfeitamente aceitáveis, pelo que não há motivos para os tentar eliminar.

Após o nascimento do irmão, são totalmente compreensíveis tentativas de regressão por parte da criança (comportamentos mais infantis, relativos a fases entretanto já passadas). Tal é perfeitamente natural e, é dessa forma que deverão ser encaradas pelos pais: nunca se deve criticar nem contrariar (dentro do razoável) os pedidos de biberão ou chucha, por exemplo. Desta forma, contribui-se para que a criança se sinta aceite e amada como anteriormente ao nascimento do irmão.

Em relação aos ciúmes, deve-se enfrentá-los com descontracção e aceitação de algumas atitudes de intolerância reveladas pela criança. Os pais devem ter o cuidado de assegurar, através de palavras e gestos carinhosos, o lugar especial que o filho mais velho tem nos seus corações. Nunca se deve colocar a criança de parte, e permitir-lhe até, sempre que possível, que participe em tarefas simples que envolvam o bebé, juntamente com os pais.


Sempre que possível, é muito vantajoso procurar mostrar que o bebé gosta do irmão mais velho, que se acalma e sorri quando está com ele, procurando criar uma atmosfera positiva nestas situações de forma a que exista uma simpatia mútua.

É fundamental facilitar que os sentimentos negativos sejam expressos, por exemplo dizendo: "eu sei que é difícil para ti dividir as atenções com o teu irmão", de forma a evitar ou atenuar os sentimentos de culpa resultantes.

Actividades Desenvolvidas

Avaliação Psicológica a Crianças e Adolescentes

A Avaliação Psicológica visa determinar o desenvolvimento psicológico do indivíduo e avaliar o seu funcionamento global, procedendo a um diagnóstico preciso, que permitirá a elaboração de um plano de intervenção ajustado tanto a nível pessoal como escolar.

São vários os objectivos da avaliação psicológica, que serve como meio de compreensão do funcionamento mental infanto-juvenil. É uma importante ferramenta para a despistagem de dificuldades ao nível do desenvolvimento, permitindo uma verificação de hipóteses que permitem elaborar um diagnóstico, bem como a necessidade de encaminhamento e articulação com outros agentes educativos (Pais, Escola, etc.) e/ou técnicos especializados (como terapeuta da fala, professor de ensino especial, entre outros).



Psicoterapia Individual para Crianças e Adolescentes

A Psicoterapia de Crianças e Adolescentes é um processo técnico e planificado que visa ajudar o indivíduo quando existem dificuldades ao nível do desenvolvimento emocional e/ou social. Estas são faixas etárias que possuem características específicas distintas, pelo que uma abordagem terapêutica eficaz terá sempre que ter em conta essas especificidades.

Com base num referencial teórico da estrutura da personalidade, dos comportamentos e das relações interpessoais, procura-se facilitar um processo de auto-descoberta por parte das crianças e adolescentes, através dum trabalho conjunto, que conduza à harmonização/pacificação de conflitos, dúvidas, angústias, dores, entre outros conteúdos, passíveis de causar mal estar psíquico. Paralelamente, procura-se ajudar os adultos de referência a lidar com aspectos gerais ou mais específicos das problemáticas apresentadas em consulta, pretendendo englobá-los no processo terapêutico. Este envolvimento da família, é fundamental para o sucesso de qualquer terapia, bem como uma possível intervenção junto de outros intervenientes significativos na vida das crianças e adolescentes (designadamente Educadoras de Infância, Professores, etc.).




Orientação Vocacional

A realidade profissional actual, caracterizada por um contínuo aumento das alternativas formativas e profissionais, fazem da Orientação Vocacional um momento de importância fundamental na vida dum jovem, daí não se poder cingir apenas à aplicação de provas de orientação vocacional. Ao invés, o processo de Orientação Vocacional tem como meta capacitar o indivíduo para a tomada de decisões, não apenas em termos de carreira (na escola e na profissão), mas sempre que necessário. O objectivo principal passa pela introspecção e desenvolvimento de competências que lhes permitam definir um projecto profissional e pessoal.

Desta forma, importa considerar as diferentes etapas:
- Promoção do auto-conhecimento, através da elaboração duma análise de si próprio em relação ao mundo de trabalho;
- Avaliação da Maturidade Vocacional, bem como realizar uma exploração das suas capacidades e aptidões;
- Desenvolvimento das competências de tomada de decisão;
- Exploração das diferentes ofertas de formação, o que visa dar a conhecer diferentes cursos e profissões, bem como diferentes possibilidades de formação oferecidas pelo sistemas educativo;
- Como conclusão, realização dum processo de reflexão e de integração de todo o processo de Orientação Vocacional.




Aconselhamento Parental

É um espaço dedicado ao esclarecimento de dúvidas ligadas à parentalidade e educação dos filhos, no sentido de prevenir o aparecimento de problemas.

Ser Pai é sinónimo de enfrentar múltiplas questões que vão surgindo à medida que as crianças crescem, bem como a angústia a elas associada. Porém, esta poderá ser encarada como um momento promotor do conhecimento e do desenvolvimento da família.

As dúvidas e o medo de errar são processos naturais, e são igualmente sintomas positivos da vontade dos pais em responder da forma mais adequada às necessidades dos filhos. Questões como: “Como fazer com que ele durma sozinho?”; “Como será a melhor forma de falar sobre a sexualidade?”; “Como abordar o filho quando os pais se separam?”, entre outros, podem ser debatidas com o Psicólogo. Porque as dúvidas existem (e ainda bem que assim é), elas podem tornar-se em momentos privilegiados de desenvolvimento familiar.




Programa de Desenvolvimento de Aptidões Para a Aprendizagem Académica

A entrada duma criança para a o último ano do Jardim-de-infância (5 anos), geralmente coincide com uma época em que os pais se começam a confrontar as mais variadas questões relacionadas com a aprendizagem académica. Uma das que mais preocupação causa aos adultos, é a ansiedade relacionada com a preparação da criança(ou a ausência desta) para a entrada na escola.

A etapa pré-escolar assume um papel decisivo no desenvolvimento posterior da criança e, em especial, no seu sucesso académico. Para desfrutar de um rendimento pleno na aprendizagem, é necessário que a criança tenha anteriormente adquirido um determinado grau de maturidade. Tal pode considerar-se como um factor tão importante no processo de ensino/aprendizagem como as suas próprias capacidades.

O Programa de Desenvolvimento de Competências para a Aprendizagem Académica é baseado na teoria de Jean Piaget, e possui, como pressuposto o papel fundamental da experiência para o desenvolvimento cognitivo. Na base da sua elaboração está o objectivo de, através do jogo e de outras actividades lúdicas, proporcionar o máximo de experiências que permitam uma maior maturidade de áreas como a psicomotricidade, visuomotricidade, orientação especial e temporal, aquisição do esquema corporal e lateralidade, domínio da linguagem oral a nível compreensivo e expressivo, percepção e memória visual e auditiva.



Intervenção Psicopedagógica em Atrasos de Desenvolvimento e Dificuldades de Aprendizagem

Um dos principais motivos que conduzem pais e filhos a uma consulta de Psicologia prende-se com a detecção de dificuldades de aprendizagem, bem como a ocorrência de atrasos de desenvolvimento, frequentemente sinalizados pelos Professores ou, num nível mais precoce, pelas Educadoras de Infância.

A intervenção psicopedagógica tem, por pressuposto-base, a importância do trabalho interdisciplinar, através do qual se procura recolher o máximo de conhecimentos e experiências dos vários intervenientes que povoam o quotidiano das crianças e jovens para, desta forma, maximizar os recursos existentes e potenciar uma intervenção conjunta, imediata, e que conduza, o mais celeremente, à resolução das problemáticas apresentadas. Pretende-se, desta forma, avaliar, caracterizar e diagnosticar a natureza específica das dificuldades apresentadas pelas crianças e jovens para, desta forma, apresentar propostas concretas de intervenção, bem como promover estratégias eficazes junto dos pais e outros agentes educativos.